Monarchicos e Republicanos. Editor António Albuquerque. Imprimerie Liberté. Bruxelles. 1909. De 19x11 cm. Com 226 págs. Encadernação do editor. Ilustrado com uma reprodução em extratexto de um retrato do autor desenhado a carvão. Exemplar com assinatura de posse, com falta de uma folha preliminar em branco, rasgos restaurados com fita cola nas páginas 9 e 10. '[...] A Execução do Rei Carlos (1909) torna ainda mais ténue a transposição ficcional, sobretudo no que toca às personagens. Embrecha interlúdios de romanesco erótico e exotismo granadino na evocação mitificante dos regicidas (em particular de Buíça) e na ênfase contestatária (de novo contra as monarquias e as repúblicas burguesas, contra políticos e jornalistas portugueses, mas agora também contra a família institucional, contra o catolicismo e, de acordo com o prefácio e sua epígrafe de Bakunine, contra o patriotismo). Irmanado no Kitsch com O Marquês da Bacalhoa, várias vezes se refere apologeticamente a esse romance; e, destacando alguns dos seus aspectos, permite a A. de A. exprimir com mais serenidade o ideal acrata como cristianismo dessacralizado, reivindicar a independência libertária, retratar-se no pessimismo existencial, no nomadismo sibarita, na misoginia de artista lúbrico, e definir o seu projecto de escritor: a «árida e difícil propaganda de ideias sociais, embora disfarçadas e por assim dizer numa artificiosa forma literária».' ( in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990).