Poéma heroi-comico por Antonio Diniz da Cruz e Sylva. Nova edição correcta, com variantes, Prefacio, e Notas. Na officina de A. Bobée. Parîs. 1817. De 17,5x10,5 cm. Com [vi], xxxiii, [iii], 137, [ii] págs. Encadernação com lombada em pele, com ferros a ouro. Ilustrado com uma gravura em face da folha de rosto, sobre papel mais encorpado. Exemplar com ligeiras desgaste nas pastas, manchas de humidade nas folhas de guarda e rasgos na folha de rosto, na tentativa de rasurar uma assinatura de posse. Poema inspirado na disputa entre o bispo de Elvas, D. Lourenço de Lencastre, e o deão D. José Carlos de Lara, que ele testemunhou pessoalmente, quando residiu em Elvas de 1764 a 1774. A obra revelou-se um autêntico sucesso, evidenciado pela abundância de edições publicadas Francisco Augusto Martins de Carvalho, nos seus apontamentos bibliográficos às edições do Hyssope, enumera 24 edições até 1922. É considerada por Garrett como a verdadeira coroa poética de Dinis. A primeira edição, de 1802, foi proibida de circular em Portugal sob pena de um exílio de 10 anos em África. A segunda edição, também rara, foi publicada em Lisboa no ano de 1808. A cidade encontrava-se então sob o domínio do exército napoleónico, mas a edição foi imediatamente proibida, aquando da expulsão dos franceses. As edições seguintes foram todas impressas em Paris e apenas em 1834 se voltou a imprimir esta obra em Portugal. António Dinis da Cruz e Silva (Lisboa, 1731 Rio de Janeiro, 1799) foi magistrado de profissão e um dos fundadores da Arcádia Lusitana, onde era conhecido pelo nome Elpino Nonacriense. Desenvolveu uma reputação formidável como um poeta lírico e satírico, tendo, contudo, a maioria dos seus poemas permanecido inédito até à sua morte. Fiel seguidor dos princípios estéticos preconizados pelo neoclassicismo, notabilizou-se pelo seu poema herói-comico «O Hissope». Inocêncio I, 123-127, 612; XXII, 532-533.